terça-feira, 6 de novembro de 2012

O ESPETÁCULO

       

    O espetáculo, uma realização do Grupo Trapos e Cia., é adaptação da peça dramática alegórica escrita no século XVI pelo português Gil Vicente para o contexto do teatro contemporâneo e da sociedade brasileira.  Com direção de Solange Simões, que também assina a adaptação do texto, a releitura apropria-se das características  da histórica relação entre  o  Teatro Renascentista de Portugal (peças  dramáticas de Gil Vicente) com a Literatura de Cordel do Nordeste brasileiro para mostrar cenicamente a diversidade cultural e a critica social em diversos aspectos: religiosa, social, de crenças, de linguagem, de gênero, de tradição e de moralidade. 

    De gênero satírico, o espetáculo utiliza o riso, o gracejo e a poesia  com intenção crítica de  promover reflexões sobre os comportamentos e a corrupção humana. Cinco séculos depois da primeira encenação, além de exibir em cena a refinada comicidade do teatro gil vicentino e a sátira social, o espetáculo é atual, mostra características do teatro popular nordestino, expressões da diversidade cultural, a cultura imaterial baiana, ações da sociedade contemporânea, como o conceito de sustentabilidade .  
   Com estreia em 17 de outubro de 2012 no Teatro SESC/SENAC Pelourinho, na encenação do espetáculo  estão: Lázaro Machado, como protagonista que interpreta o "Diabo", Clóvis Oliveiras que representa o "Anjo" e o "Pastor". Além de Ângela Daltro, Leny Schneiberg, Man Ribeiro, Marcelo Teixeira, Ronildo Carvalho e Vera Mello, que interpretam vários personagens caracterizados a partir de observação de tipos socais oriundos da nossa sociedade.  O cenário tem concepção de Edy Ribeiro e o vídeo cenográfico de Evando César. 

Foto¹ arquivo Trapos e Cia.: João Pereira dos Santos



EM MAIO NOS TEATROS DE SALVADOR

http://ciatraposecia.blogspot.com.br/2013/04/em-maio-nos-teatros-de-salvador.html


CONCEPÇÃO DA ENCENAÇÃO



  • SOBRE A ADAPTAÇÃO DO TEXTO
  Traduzido do português arcaico renascentista, o texto atual mantêm a estrutura dramática e a criticidade da sátira social vicentina, como procura garantir a designação  poética, o lirismo e, a valorização da palavra do texto original. No entanto, a nova versão do texto dramático Auto da Barca do Inferno opta pela contextualização, com intuito de favorecer e ampliar a percepção de situações da atualidade e do cotidiano vivido. A releitura da obra vicentina busca valorizar um relacionamento estético com a diversidade cultural. Aproxima-se da literatura de cordel, mostrando características do teatro popular e do regionalismo poético nordestino, como a exibição de formas de expressões da linguagem popular, e, a imagem caricatural  da realidade vivida. Com isso, a adaptação do texto Auto da Barca do Inferno recria a poesia do teatro vicentino, articulando a interação entre a linguagem clássica da literatura universal e a linguagem coloquial do cotidiano vivido.  A releitura  busca uma tradução do texto medieval/humanista para a atualidade, para favorecer a comunicação e a percepção da realidade. Com a caracterização das personagens  tipos sociais, que mostram profissões,  comportamentos sociais dos homens e das mulheres atuais, além da ambientação cênica do cotidiano vivido, com situações que ocorrem no seio da sociedade brasileira,  bem como, os assuntos sociais e políticos noticiados nos meios de comunicações. (Solange Simões)


      Optei pela montagem da peça dramática  AUTO DA BARCA DO INFERNO pela atualidade da temática do teatro vicentino e pelo caráter universal da sua obra literária. Ao descobrir que inicialmente a literatura de cordel também continha peças de teatro, como as de autoria de Gil Vicente. Observei  a histórica relação entre os Autos escritos por Gil Vicente (introdução do teatro Renascentista em Portugal) e a Literatura de Cordel do Nordeste brasileiro, que oriunda de Portugal, começa com o romanceiro do Renascimento e chega ao Brasil no balaio dos colonizadores portugueses, instalando-se na Bahia e mais precisamente em Salvador.  Percebi os benefícios da obra vicentina para ampliar os conhecimentos: artístico, literário, estético, social,  antropológico e histórico, como, a  importância significativa da obra para o fortalecimento da identidade plural  artística e sócio – cultural local. Acredito que a realização desse projeto se justifica pela proeminência do seu caráter temático. Na Bahia, predominam modos distintos de expressões culturais e matrizes da diversidade cultural brasileira. A releitura cênica da obra literária gil vicentina mostra a multiplicidade delementos da cultura imaterial do povo baiano, seus costumes, representações simbólicas, formas de expressões, comportamentos sociais,  modos de falar regionais,  jeitos de vestir, o cotidiano e a linguagem estética e simbólica da sociedade.     (Solange Simões)

* Solange Simões atua a mais de 20 anos na área cultural e 15 anos com atuação e pesquisa em Artes Cênicas com o Grupo Trapos e Cia. Formada em pedagogia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), é Especialista em Arte, Educação e Tecnologias Contemporânea pela Universidade de Brasília (UNB).  

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

PERSONAGENS

As personagens da obra literária gil vicentina são divididas em dois grupos: as personagens alegóricas e as personagens – tipo sociais.  

                         PERSONAGENS ALEGÓRICAS 

No primeiro grupo inserem-se o  Diabo,  o Companheiro e o Anjo, representando simbolicamente os respectivos Inferno e o Céu.
  
                                           DIABO 
Personagem alegórica, que conduz a barca do Inferno, conhece o íntimo de cada alma que surge num cais imaginário para ser julgada e o  exibe de forma zombeteira e irônica.

                                                            COMPANHEIRO 

Fiel  ajudante do Diabo, segue as ordens do Arrais do Inferno e tenta imitá-lo.

                                                      ANJO
               
Personagem alegórica que simboliza o Céu, no enredo do auto também responsável pelo julgamento das almas. 


                                          ********************************************

                PERSONAGENS TIPOS /SOCIAIS 
 
No segundo grupo encontra-se todas as restantes personagens do Auto, cada uma representa uma classe social, ou uma determinada profissão ou mesmo uma crença, todos mantêm as suas características terrestres, o que as individualiza visual e linguisticamente. 


   EMPRESÁRIO Dr. HENRIQUE


Na releitura representa o Empresário da atualidade que busca o enriquecimento ilícito ao exercer profissionalmente atividade econômica. Durante sua ação profissional, que implica na circulação de bens e serviços com a finalidade de lucro, está  envolvido em casos de corrupção, em  escândalos  e fraudes junto com políticos com o desvio do dinheiro público.

Texto Original - Fidalgo, D. Anrique - traz um manto e pajem (criado) que transporta uma cadeira de espaldas. Estes elementos simbolizam a a nobreza, a opressão dos mais fortes, a tirania e a presunção do moço.
  • A palavra fidalgo, etimologicamente, a aglutinação de filho-de-algo, passa então a designar a camada social não titulada que tinha o estatuto de nobre hereditário, juntamente com os titulares, os senhores de terras, com jurisdição, e os alcaides-mores. 
  •                                                                                                                                                                     *************    A COMERCIANTE  ************
Representa o ou a Comerciante (no espetáculo  proprietária de uma loja de sapatos e bolsas), que lesa os funcionários em seus direitos trabalhistas com seu ofício durante anos.




Texto Original -Sapateiro de nome Joanantão, que parece ser abastado, dono de oficina.  Traz as fôrmas do seu ofício, mas que na verdade são formas de roubar os clientes.

                     ******JOANA ******
Uma mulher do povo, que representa as classes sociais menos favorecidas,  "ingênua" vive alheia as tramas da macroestrutura social. 


Texto Original - Joane, um Parvo, pessoa de caráter ingênuo, tolo, vivia simples e inconscientemente.


                *********O BANQUEIRO**********

 Personagem ligada a  casos de corrupção do setor econômico (donos de bancos e funcionários do alto escalão de bancos estatais). Em suas ações fraudulentas recebeu bonificação bilionária, acumulada por meio de empréstimos fraudulentos, juros elevados, sonegação de impostos e esquemas de desvios dinheiro público.

 Texto Original - Onzeneiro (homem que vivia de emprestar dinheiro a juros muito elevados naquela época, um agiota). 

*****O PADRE E O MENINO FLORÊNCIO***** 

Representa a vida mundana do clero corruptível e corruptor, e a dissolução dos seus costumes.
 
Texto Original -Frade cortesão, Frei Babriel, que chega aos cais bailando com a sua "dama" Florença.

 
********A FANÁTICA E O PASTOR****** 

      A Fanática simboliza a cegueira da fé inconsciente,  ingênua e fantasiosa.

A obediência ao dogma do líder religioso, sem discernimento e o exercício do senso  crítico segue cegamente sem questioná-lo.  
O Pastor  simboliza os comerciantes da fé, aqueles que enganam fieis com seu comportamento vil e corruptível, que usam a religião como comercio e enriquecimento ilícito.


Texto Original não existe as duas personagens. O texto adaptado apropria- se de características  e do discurso da personagem Enforcado   para a criação das duas personagens na releitura. O Enforcado, no texto de Gil Vicente, teve a sua vida terrena vil e corruptível. E traz a sua corda, supondo que ela demostraria que ele saldara as suas dívidas com a sociedade, esquecendo-se, contudo, de que não havia saldado as dívidas com Deus.  

**********BRISIDA VAZ***********

 Representa a Cafetina interesseira que faz a  exploração  de mulheres para seu próprio lucro. Ela aliciadora em sua atividade está ligada a prostituição e ao tráfico de mulheres.

 Texto Original - uma alcoviteira ou cafetina, que carrega consigo os apetrechos do seu prostíbulo e provas dos seus serviços.

********JUIZ E PROCURADORA********


São representantes do Poder Judiciário envolvidos em escândalos de corrupção. Carregam processos os quais facilitaram  esquemas  de desvio de milhões de dinheiro de obras públicas, habeas corpus a  Banqueiros e Empresários após recebimentos de propinas. 




   Texto Original - Corregedor e um Procurador - altos funcionários da Justiça.


  • O corregedor era o magistrado administrativo e judicial que representava a Coroa em cada uma das comarcas de Portugal, durante o Antigo Regime. Competia-lhe fiscalizar a aplicação da justiça e a administração dos diversos conselhos da sua comarca. 
  •  Hoje no Brasil é denominado corregedor o juiz, de primeira ou segunda instância, que tenha funções de fiscalizar e supervisionar os serviços administrativos ligados a justiça.
*********O POLÍTICO**********

Representa aqueles que deveriam servir ao povo, no entanto, estão envolvidos em escândalos de desvios e  lavagem de dinheiro público, formação de quadrinha com empresários, banqueiros, juízes.   Mau gestor e administrador dos serviços públicos. Atores sociais que praticam o abuso de autoridade.

Texto Original não existe a personagem. Na adaptação foi apropriado o texto e símbolos do Judeu usurário chamado Semifará, que traz um bode ( este elemento simboliza a rejeição à fé cristã, pois o bode é o simbolo do Judaísmo). 

Na releitura é mantida a cegueira da personagem pelo dinheiro fruto de seus "bodes" (nesse caso corrupção). No texto original o bode representa sua adesão a Moisés, não a Cristo. A personagem mostra sua falta de compreensão a realidade da sua situação, a incredulidade quando oferece dinheiro ao Diabo, que não quer levá-lo em sua embarcação. 

***A BURRINHA / OS ATIVISTAS HUMANISTAS, SOCIAIS E AMBIENTALISTAS***

Na releitura  a cena dos Cavaleiros fazemos uma homenagem a Cultura Popular, aos Poetas e Manifestações Populares, que são representados pela Burrinha.  

Texto original -Quatro Cavaleiros que morreram nas Cruzadas (movimentos militares de inspiração cristã) a combater muçulmanos para manter a Terra Santa sobre domínio de povos cristãos. Eles trazem a cruz de Cristo, que simboliza a fé dos cavaleiros pela religião católica.

Burrinha é um nome dado a folguedos populares tanto no Brasil como em Ouidah no Benim, levada pelos Agudás escravos libertos que retornaram para a África. É uma forma antiga do Bumba meu boi que sobrevive há mais de 200 anos.

A burrinha nasceu na Bahia, no final do século XVIII, e teve sua reprodução africanizada do folguedo popular brasileiro, que tem raízes comuns com o bumba-meu-boi.

Agradecimentos: O Grupo Trapos e Cia. agradece a Banda El Efecto por ceder a linda e engajada música " O encontro de lampião com Eike Batista". 



Os cavaleiros sãos Ativistas Humanistas, Sociais e Ambientalistas, que viveram e morreram lutando pela  Justiça, pela Ética da Vida, com  Sabedoria em defesa da ecologia, pela Solidariedade. Aqueles que dedicaram suas vidas ao Amor, ao Amor ao Próximo, aos oprimidos do Brasil.  São os escolhidos para representar todos aqueles que não puderam ser citados por falta de espaço: Chico Mendes, Betinho, Irmã Dulce, Milton Santos, Paulo Freire, Maria Filipa, Luís Gama.
ELENCO

PERSONAGENS/ ATORES

DIABO - Lázaro Machado
ANJO  E PASTOR -  Clóvis Oliveiras
COMPANHEIRO, BANQUEIRO E FLORÊNCIO - Ronildo Carvalho
EMPRESÁRIO E JUIZ - Man Ribeiro
JOANA, FIEL E PROSTITUTA -  Leny Schneiberg
PADRE, CRIADO DO EMPRESÁRIO, FIEL E POLÍTICO - Marcelo Teixeira
COMERCIANTE E BRÍSIDA VAZ - Vera Mello  
FANÁTICA, PROCURADORA E BURRINHA - Ângela Daltro 

Participação especial na figuração: Jack Araújo como Mulher do Empresário e Prostituta. 

*Fotos: João Pereira dos Santos



**Fotos tiradas na estreia da peça em 17/10/2012 no Teatro SESC/SENAC Pelourinho e em 09/09/2012 no ensaio fotográfico no Forte de Monte Serrat - Salvador - Bahia- Brasil. 

SOBRE O TEXTO ORIGINAL


Escrito no início do Século XVI,  num período histórico de transição que corresponde historicamente a passagem da Idade Média a Idade Moderna.   A peça alegórica de Gil Vicente foi representada pela primeira vez em 1517 na corte da rainha portuguesa D. Maria de Castela, segunda esposa de D. Manuel I de Portugal. obra vicentina que faz parte da trilogia das barcas (sendo a primeira, a segunda Auto da Barca do Purgatório e a terceira, Auto da Barca da Glória), classificada por alguns  especialistas como auto de moralidade apresenta esse momento histórico de mudança da literatura medieval para a literatura renascentista, com elementos estruturais  ligados tanto ao medievalismo quanto ao humanismo. 

    O teatro vicentino mostra claramente o conflito dessa transição, onde  ao mesmo tempo em que o autor em sua dramaturgia mostra elementos religiosos de caráter sagrado e devocional, com pensamento   voltado a Deus, põe em cena personagens alegóricas e místicos, que representam respectivamente o Bem e o Mal (características do pensamento medieval). Por outro lado, representa o humanismo com ênfase  em ações humanas e incorporando dialetos, linguagens e elementos da cultura popular portuguesa da época. O teor da sátira irreverente presente na peça faz críticas severas aos costumes e comportamentos, quanto mostra a mentalidade, as qualidades ou os defeitos da profissão, da classe ou do estrato social a que pertence personagens da sociedade lisboeta. 

 Gil Vicente é crítico severo dos costumes e comportamentos sociais, demonstrando uma capacidade de observação afinada ao traçar o perfil psicológico dos personagensUtilizando o riso, o gracejo, a poesia    decassílaba,  incorpora dialetos, linguagens e elementos da cultura popular portuguesa, como  vários personagens  tipos - sociais  para retratar a sociedade lisboeta do  século XVI. Gil Vicente crítica a sociedade portuguesa do seu tempo, com intenção moral e social de questioná-la, adotando uma postura moderna, já que as hierarquias e a ordem social do período medieval eram regidos por regras inflexíveis. Ao questioná-la e com aspirações de reformulação moral, Gil Vicente adota uma postura moderna e sua obra apresenta aspectos da mentalidade renascentista.

 Ilustração da edição original do Auto da Barca do Inferno.







Nota sobre o autor: Gil Vicente (1465 - 1536) é considerado o "pai" do teatro português, ou seja, marco da História do Teatro português. O  primeiro grande dramaturgo português, além de poeta de renome. Enquanto homem de teatro, também desempenhou as tarefas de músico, ator e encenador.  Ele  foi o principal representante da literatura renascentista portuguesa, anterior a Camões, incorporando elementos populares na escrita de suas peças que influenciou a cultura popular portuguesa. Como também, um dos mais importantes autores satíricos da língua portuguesa. 

domingo, 4 de novembro de 2012

ESTÉTICA DO ESPETÁCULO


       
    Afinada com a filosofia do Grupo Trapos e Cia., a Estética da Encenação do Espetáculo Auto da Barca do Inferno põe em cena a comicidade, a sátira social e o teatro popular. A composição da escritura  cênica  esta fundamentada em estudos das várias tendências da linguagem teatral. A saber: 

  • modelo de ação do Auto gil vicentino e sua estrutura (exposição da personagem- conflito e desenlance, figuras de estilo - ironia e eufemismo, processo cômico - de linguagem, de situação, de caráter);
  •  O Humor Satírico,  Elementos, Expressões Rimadas e Signos do Teatro Popular (contida nos autos medievais e na literatura de cordel);
  • Oralidade, a XilogravuraFormas e Ritmos  da Cultura Popular
  • A Imagem Caricatural da Realidade Vivida
  • A Comédia, o Ator Cômico e a Função Social da Comédia
  • Teatro de Formas Animadas Áudio Visual (desenho animado, imagens digitais e gráficas); 
  • Arte Artesanal e Arte Sustentável, introduzindo o conceito de sustentabilidade; 
  •   Dinâmica do Sistema Brechtiano ( gestus social, contextualização histórica, temática política, caráter didático, estimulo a postura reflexiva do espectador, historicização); 
  • Método Stanislavskaino (análise ativa do texto e estudos de ações físicas).

FIGURINOS

A coletânea iconográfica varia a composição dos Figurinos em estilos, tipos: clássicos, modernos, religiosos, populares e alegóricos. Apesar da diversidade na caracterização procurou-se a criação de um conjunto de roupas com familiaridade entre si, inspirada em um todo coerente com a proposta estética do espetáculo, que busca a associação entre o figurino do período quinhentista português (figurino do Diabo) e figurinos de tipos sociais contemporâneos (clássicos, modernos e populares).   




A composição das cores e das formas dos figurinos privilegia a abordagem popular, como símbolos cênicos que valorizam a comicidade e as manifestações populares da nossa cultura, as características, o perfil, os comportamentos e a personalidade de cada personagem.



 Os adereços também são trabalhados segundo esse contexto, bem como, pela indicação do texto e das cenas referentes. 




Concepção: Cecé Maheus, Edy Ribeiro e  Solange Simões

  • CENÁRIO
       
 Um cais de um porto imaginário com dois barcos  ancorados (Barca do Inferno e Barca do Céu).  

Concepção Cenográfica  


 A cenografia consiste na inserção da escultura tridimesional, do cenário artesanal e do uso das novas tecnologias. A ideia  é valorizar o conceito cênico com a experimentação de técnicas tradicionais, da arte artesanal e do teatro de animação audio visual, com a utilização das novas tecnologias para criar temporalidade, ambientação, expressão paralela ao cinema, a televisão e a web, como  para projeção de imagens visuais pictóricas, fotográficas e digitais. 

  • VÍDEO / ANIMAÇÃO CENOGRÁFICA


Criação Vídeomaker: Evando César (Cesinha)



  • Imagem Pictórica - obra "Cenas Urbanas" de autoria Cecé Matheus aparace no vídeo no momento que entra em cena a personagem Comerciante que morreu devido a violência urbana. 

Descritivo Cenográfico 


Dois barcos com identidade, elementos simbólicos e referenciais peculiares dos personagens condutores.

(Diabo)

(Anjo )


Concepção do Cenário e Adereços: Edy Ribeiro
Cenotécnico: Felipe Cripiani  


MATERIAL UTILIZADO PARA PRODUÇÃO: Ambos os barcos foram confeccionados com caixotes de madeira, paletes, compensados e melaton. Compostos pelos elementos cênicos: velas, mastros, timão, brasão, âncora, rampa de acesso, trono. 





  • Trilha Sonora 

Elaborada por David Tourinho e Márcio Sá, a trilha sonora mostra a diversidade e a pluralidade artística - estética do nosso patrimônio cultural, o processo de formação e a influência do mesmo. É composta por músicas selecionadas da MPB, folclóricas, instrumentais, regionais nordestinas e baianas, medievais da península ibérica e música angolana – estilo house africano (kuduro).  A sonoplastia também apresenta efeitos sonoros específicos para ilustrar e tornar mais evidentes imagens, sensações, emoções e a comicidade das cenas referentes. 

  • Composição do Xaxado da Fanática: Ângela Daltro
  • Colaboradores na pesquisa da trilha sonora: Lazaro Machado e Solange Simões




       Luz 

    Com concepção de Miro Nascimento mostra a plasticidade visual que ilustra o teatro popular, valorizando o significado poético, a comunicação, como transmite informações  da encenação e da cenografia. Por meio das cores, volume e formas a luz contribui para delinear intervenções do conjunto do aparato cênico, da ambientação, das emoções, das atitudes das personagens e dos conflitos existentes.   



    CONCEITO DE SUSTANTABILIDADE


    A escolha do Cenário Artesanal tem por objetivo criar uma obra artística  associada ao conceito Sustentabilidade. A finalidade do projeto, além do empreendimento relacionado ao princípio ecológico e a preservação ambiental, também tem como meta promover uma discussão com diversos níveis de públicos sobre a poluição urbana e o conceito de Sustentabilidade (do ponto de vista Social, Energético, Econômico, Ambiental),  dando ênfase a capacidade do ser humano interagir com o mundo, preservando o Meio Ambiente  sem comprometer os Recursos Naturais. A condução do debate procurará dialogar acerca do empreendimento humano tendo em vista:
    • ecologicamente correto
    • economicamente viável
    • socialmente justo
    • culturalmente diverso